Com febre e cansaço, Trump é transferido para hospital militar

Vinicius Lobato
Por Vinicius Lobato
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Com sintomas leves de Covid-19, incluindo febre e cansaço, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passará os próximos dias em um hospital militar nos arredores de Washington para se submeter a tratamento para o coronavírus, mas continuará trabalhando, informou a Casa Branca na noite desta sexta-feira, 2. 

“Por recomendação de seu médico e de especialistas médicos, o presidente trabalhará nos escritórios presidenciais do hospital de Walter Reed pelos próximos dias”, afirmou a assessora de imprensa Kayleigh McEnany. O hospital, responsável pelo tratamento de presidentes desde o século XX, fica em Bethesda, no estado de Maryland.

Em breve vídeo publicado em sua conta oficial no Twitter antes de embarcar em um helicóptero rumo ao hospital, Trump garantiu estar “muito bem”, mas que irá ao hospital para “assegurar que tudo correrá bem”.

 

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O presidente também já recebeu uma dose de um tratamento experimental com um coquetel sintético de anticorpos contra o SARS-CoV-2, vírus causador da doença, informou o médico da Casa Branca, Sean Conley. Pessoas que estiveram próximas ao presidente nesta sexta afirmaram que ele apresentava uma febre leve, congestão nasal e tosse, segundo o jornal The New York Times.

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Conley oficializou em uma declaração assinada nesta tarde que o presidente “permanecia fatigado, mas de bom humor”. Uma autoridade de alto escalão da Casa Branca disse à emissora NBC News que a transferência para o hospital foi apenas uma “medida de precaução”.

Até então, Trump estava sendo tratado na Casa Branca, tendo recebido “uma dose única de 8 gramas do coquetel de anticorpos policlonais da Regeneron”, disse Conley em uma declaração assinada. Ainda não aprovado pela Food and Drug Administration (a Anvisa americana) para o tratamento da Covid-19, o coquetel Regeneron tem apresentado resultados positivos em testes com 275 pacientes, segundo reportagem da emissora americana CNN publicada na quarta-feira 30.

Ao todo, os EUA somam mais de 7,3 milhões de casos registrados de Covid-19, incluindo 208.371 mortes.

Trump também estava tomando zinco, vitamina D, famotidina, melatonina e aspirina diária — não há nenhum indício, pela declaração do médico, que o presidente tomará hidroxicloroquina para se tratar.

A contaminação de Trump se dá em meio a uma série crescente de casos de Covid-19 entre pessoas que circulam pela Casa Branca, incluindo a primeira-dama, Melania, um funcionário da área de imprensa, três jornalistas correspondentes, e a primeira pessoa a testar positivo, Hope Hicks, uma das conselheiras mais próximas do presidente.

A um mês das eleições de 3 de novembro, o presidente teve que suspender suas atividades de campanha pelos próximos dias, que incluía reuniões com apoiadores em Washington e na Flórida.

O republicano segue atrás em pesquisas de opinião em comparação com seu adversário, o ex-vice-presidente Joe Biden. Depois de encontro presencial com Trump em um caótico primeiro debate televisivo desta corrida eleitoral, Biden também fez exames nesta sexta-feira, mas afirmou que testou negativo para a doença. Mais tarde nesta sexta, ele pediu para que as pessoas não se façam de “durões” com a pandemia e “usem máscara”.

(Com AFP)

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