Com auxílio emergencial próximo do fim, especialistas avaliam alternativas para o combate à fome no Brasil

Vinicius Lobato
Por Vinicius Lobato
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O governo federal não pode eternizar o programa de auxílio emergencial sob risco de estourar o teto de gastos. Para especialistas ouvidos pela Jovem Pan, a ajuda é necessária em um primeiro instante para se evitar a fome. O economista Valter Martins de Almeida avalia que dificilmente parte da população deixará a linha de extrema pobreza, se não tiver acesso à educação, saúde e infraestrutura, por isto na sua visão é preciso criar circunstâncias para que este panorama seja modificado. “As contas públicas do país não permitem que se continue dando, embora necessário, esse auxílio emergencial. É importante que saíamos disso dando emprego. E para dar emprego a economia tem que crescer e, por outro lado, as pessoas tem que ter acesso as vagas de emprego. É importante dizer que a educação tem um papel fundamental para sair dessa pobreza.”

A fome é um problema mundial. Um programa da Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu o prêmio Nobel da Paz por uma iniciativa de combate a este mal que aflige diversas nações. A ação, que leva alimentos a mais de 100 milhões de pessoas, é realizada em 88 países. O representante da WFP no Brasil, Daniel Balaban, indica que há no mundo 690 milhões de pessoas em estado de insegurança alimentar e nutricional; cidadãos que não sabem se amanhã terão comida no prato. Ele afirma que 10,3 milhões de brasileiros estão nesta situação, e acrescenta que o auxílio emergencial  está funcionando, porém quando acabar serão necessárias medidas a fim de suprir o abalo causado pela pandemia do coronavírus.

“Durante o período da renda emergencial, logicamente, amenizam esse sofrimento. Mas assim que ela não existir mais, está programado para o final do ano, teremos uma situação muito complexa no Brasil. A situação é complexa, ela é difícil para o Brasil, a maioria dos países terá crescimento negativo. E o mais importante é que estejamos preparados para isso”, avalia. Para Balaban o remédio será a união entre os governos  municipais, estaduais e federal, além de uma participação efetiva da iniciativa privada. Pelo menos 20 mil pessoas morrem de fome a cada 24 horas no planeta e um trilhão de dólares por ano de alimentos são desperdiçados.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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