Após chamar médicos de ‘covardes’, premiê de Portugal pede desculpas

Vinicius Lobato
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Após uma reunião convocada às pressas nesta terça-feira, 25, para diminuir as tensões causadas por uma polêmica no fim de semana, o primeiro-ministro de Portugal, Antonio Costa, pediu desculpas por ter chamado médicos que trabalhavam com pacientes infectados por Covid-19 em um lar de idosos de “covardes”.

A polêmica teve início no sábado 22 após um vídeo de sete segundos de uma conversa entre o primeiro-ministro e jornalistas do jornal Expresso ter vazado na internet. No vídeo, Costa chama de “covardes” os médicos que, supostamente, teriam se recusado a atender idosos no lar Reguengos de Monsaraz, local onde houve um surto de Covid-19 que matou 18 pessoas.

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“O presidente da Autoridade Regional de Saúde enviou os médicos para que fizessem o que tinham que fazer. E os meninos, covardes, não fizeram nada”, disse o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro também considerou um abuso a Ordem dos Médicos de Portugal ter ido além de sua autoridade ao realizar uma auditoria no lar de idosos. A Ordem respondeu o primeiro-ministro no domingo, afirmando que a declaração é ofensiva aos médicos e que “apesar da falta de recursos, os médicos nunca se negaram a cooperar e inclusive continuam atendendo os pacientes idosos”.

A reunião marcada para esta terça acalmou parcialmente os ânimos. Segundo o jornal Publico, Costa agradeceu a “oportunidade de uma conversa franca” com Miguel Guimarães, chefe da Ordem dos Médicos, e disse esperar que a situação tenha sido esclarecida. 

Espero que todos os mal-entendidos estejam esclarecidos. E fico particularmente reconhecido pela forma como aqui testemunhou, de forma inequívoca, o meu apreço e consideração pelos médicos portugueses e pelo trabalho que desenvolvem”, afirmou.

Guimarães disse que os médicos realizaram “um trabalho magnifico” no lar de idosos apesar de não terem acesso a melhores condições e agradeceu a oportunidade da reunião para “explicar a auditoria” feita pela Ordem ao primeiro-ministro.

O surto de Covid-19 no lar Reguengos de Monsaraz não é um caso isolado na sociedade portuguesa, disse Costa. Após as desculpas, o primeiro-ministro considerou que “perante as falhas, mais do que atirar pedras, (é preciso) responder às realidades que existem”, segundo o Publico.

O país soma 55.912 casos do novo coronavírus, incluindo 1.805 mortes.

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