Leonardo Manzan analisa o tratamento tributário do modelo Energy-as-a-Service (EaaS) e seus impactos em contratos de longo prazo

Andrei Smirnov
Por Andrei Smirnov
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Leonardo Manzan aponta que o EaaS demanda requalificação fiscal para evitar cumulatividade e garantir previsibilidade contratual.

Segundo Leonardo Manzan, o tratamento tributário do modelo Energy-as-a-Service (EaaS) e os reflexos práticos em contratos de longa duração reforçam a necessidade de uma delimitação clara entre prestação de serviço e fornecimento de energia. O EaaS combina arrendamento de ativos, operação, manutenção e garantia de desempenho, o que impõe atenção sobre quais parcelas contratuais geram direito a crédito no IBS e na CBS e quais se caracterizam como remuneração por serviço. Nesse contexto, a correta separação das rubricas é condição para reduzir riscos fiscais e assegurar previsibilidade financeira às partes envolvidas.

Leonardo Manzan elucida fatores sobre a modelagem contratual do Energy-as-a-Service (EaaS) e delimitação de receitas

Conforme Leonardo Manzan, a modelagem contratual deve explicitar a composição tarifária aplicável ao EaaS, identificando valores referentes a capital, operação, manutenção e prêmio por desempenho. Tal discriminação permite que provedores e contratantes saibam, desde o início, quais eventos darão origem a créditos tributários e como será feita a escrituração. Ademais, cláusulas que estabeleçam indicadores de performance e documentação comprobatória mitigam controvérsias com a administração tributária, sobretudo em contratos que se estendem por décadas e envolvem ajustes regulatórios ao longo do tempo.

Segundo Leonardo Manzan, contratos de EaaS só escalam com segurança jurídica tributária e regras claras para prestação e uso da energia.
Segundo Leonardo Manzan, contratos de EaaS só escalam com segurança jurídica tributária e regras claras para prestação e uso da energia.

Critérios de aproveitamento de créditos e documentação exigida

De acordo com Leonardo Manzan, o aproveitamento de créditos no novo sistema depende de vínculo comprovado entre a despesa e a atividade econômica do beneficiário, bem como da correta emissão de documentos fiscais e do registro digital exigido pela regulamentação. No caso do EaaS, isso implica manter trilhas de auditoria sobre a aquisição de equipamentos, serviços de instalação e custos operacionais, de modo que cada evento possa ser reconciliado com a escrituração fiscal. Adicionalmente, operações envolvendo importação de equipamentos demandam atenção alfandegária e registro específico para preservar o direito ao crédito.

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Riscos fiscais e mecanismos contratuais de mitigação em contratos longos

Como observa Leonardo Manzan, contratos de longo prazo expõem as partes a riscos de alteração normativa, variação de alíquotas e mudanças na interpretação administrativa. Para enfrentar esses desafios, recomenda-se a inclusão de mecanismos de repactuação automática e fórmulas de recomposição de custos tributários que sejam acionáveis diante de mudanças legais. Também é prudente prever cláusulas de rateio de passivos tributários e procedimentos de resolução de disputas que priorizem soluções administrativas antes de litígios judiciais, reduzindo custos e preservando a viabilidade econômica do projeto.

Governança documental, compliance e integração tecnológica

Na avaliação de Leonardo Manzan, a governança fiscal integrada é pilar essencial para provedores de EaaS. A adoção de plataformas que consolidem notas fiscais eletrônicas, contratos, relatórios de desempenho e registros de manutenção facilita a reconciliação entre dados operacionais e escrituração fiscal. Além disso, rotinas de auditoria interna e painéis de controle compartilhados entre cliente e provedor aumentam a transparência e permitem respostas rápidas a consultas fiscais ou fiscalizações, diminuindo a exposição a autuações.

Implicações contábeis e tratativas de contabilização de receitas

Como pontua Leonardo Manzan, a contabilização correta das parcelas contratuais influencia diretamente a apuração tributária. A separação entre receita de serviço e receitas vinculadas a alienação ou arrendamento de bens deve observar princípios contábeis e fiscais, garantindo que a base do IBS e da CBS reflita a realidade econômica do negócio. Procedimentos contábeis padronizados e políticas internas claras sobre reconhecimento de receita reduzem incertezas e fornecem suporte para defesas administrativas caso surjam questionamentos.

Recomendações práticas para atores do mercado

Por fim, Leonardo Manzan recomenda três ações prioritárias: revisar contratos existentes à luz das regras de crédito do IBS e da CBS; implementar controles tecnológicos que integrem dados operacionais e fiscais; e estabelecer mecanismos contratuais de adaptação normativa. Essas medidas, combinadas com auditorias periódicas e comunicação transparente entre as partes, aumentam a segurança jurídica e tornam o modelo EaaS mais atraente para investidores e financiadores.

Autor: Andrei Smirnov

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