A sustentabilidade deixou de ser tendência e passou a ser critério de valorização no agronegócio. Segundo Aldo Vendramin, empresário e fundador, o campo vive um momento em que produzir com responsabilidade ambiental é tão importante quanto gerar resultados financeiros. O exemplo da cadeia da soja, que vem avançando em certificações e práticas de compensação de carbono, mostra que é possível unir produtividade, tecnologia e compromisso ecológico, e o mesmo caminho começa a se abrir também para o setor equestre.
Venha compreender como a certificação pode ser utilizada e quais os benefícios para sua produção e criação.
O que é a certificação verde e por que ela importa?
A certificação verde é um selo que atesta que a produção rural segue padrões de sustentabilidade reconhecidos por órgãos nacionais e internacionais. No caso da soja, grandes exportadoras só negociam com produtores que cumprem critérios como rastreabilidade, redução de desmatamento e uso responsável de insumos.

Como elucida o senhor Aldo Vendramin, o selo verde funciona como um passaporte para mercados mais exigentes e consumidores mais conscientes. Ele demonstra que a propriedade adota boas práticas, respeita o meio ambiente e contribui para metas globais de descarbonização. Além disso, o produtor certificado ganha acesso a linhas de crédito diferenciadas, melhores preços e novas oportunidades comerciais, podendo expandir e crescer mais o seu negócio.
A lição da soja: tecnologia e rastreabilidade como base da sustentabilidade
O sucesso da soja brasileira em conquistar mercados internacionais se deve à combinação de inovação tecnológica e rastreabilidade. Plataformas digitais monitoram desde o plantio até o transporte, garantindo transparência e confiabilidade ao longo da cadeia produtiva. Sensores, drones e imagens de satélite permitem mensurar a eficiência dos processos e reduzir desperdícios, como explica Aldo Vendramin.
O criador de cavalos crioulos pode se inspirar nesse modelo. Ao registrar dados genéticos, sanitários e ambientais, o criador cria um histórico confiável do seu plantel. Essa rastreabilidade aumenta a credibilidade nos leilões, valoriza os animais e reforça o compromisso da fazenda com a sustentabilidade, informa o empresário. A informação, quando bem utilizada, se transforma em valor agregado e diferencial competitivo.
Créditos de carbono: uma nova fonte de renda para o campo
Outro ponto que merece destaque é o avanço dos créditos de carbono. Cada hectare capaz de reter ou evitar a emissão de gases de efeito estufa pode gerar um crédito comercializável no mercado global. A soja, por exemplo, já possui iniciativas que recompensam produtores que adotam manejo sustentável, rotação de culturas e recuperação de áreas degradadas.
De acordo com Aldo Vendramin, essa lógica pode ser aplicada também à criação de cavalos e outras atividades agropecuárias. O uso racional de recursos, o tratamento adequado de resíduos e o manejo de pastagens regenerativas contribuem para reduzir a pegada de carbono das fazendas. Assim, o criador não apenas preserva o meio ambiente, mas também abre novas oportunidades de rentabilidade.
Sustentabilidade no universo equestre: da prática ao valor de mercado
A equinocultura está passando por um processo de profissionalização semelhante ao que ocorreu com a soja e a pecuária de corte. Hoje, compradores e investidores valorizam criatórios que priorizam o bem-estar animal, a eficiência no uso da água e a destinação correta de dejetos. A adoção de energia solar e o reaproveitamento de recursos hídricos já são diferenciais competitivos em leilões e parcerias internacionais.
Tal como evidencia o senhor Aldo Vendramin, o criador que adota práticas verdes se destaca por duas razões: primeiro, porque demonstra responsabilidade social e ambiental, segundo, porque agrega valor real aos seus animais e à sua marca. O público consumidor e os investidores do agronegócio estão cada vez mais atentos a esse tipo de compromisso, e o futuro do setor será guiado por quem souber alinhar tradição e inovação sustentável.
Certificação e inovação: a ponte entre tradição e futuro
A obtenção de certificações ambientais exige planejamento, registro e compromisso contínuo, mas também abre portas para novos mercados e parcerias. As propriedades que comprovam boas práticas passam a integrar redes de fornecedores preferenciais e atraem investidores internacionais em busca de cadeias produtivas limpas, como menciona o empresário Aldo Vendramin.
Essa transformação não elimina a essência do campo, mas a fortalece. A tradição do criador de cavalos crioulos, quando aliada à tecnologia e à consciência ambiental, cria um modelo de negócio mais sólido e admirado. O selo verde e os créditos de carbono são ferramentas para impulsionar essa mudança, instrumentos que valorizam quem entende que produzir bem é também preservar.
O agro do futuro: rentável, rastreável e responsável
O futuro do agronegócio está na integração entre economia e ecologia. Certificação verde e créditos de carbono não são apenas políticas ambientais, mas estratégias de gestão inteligente. Elas transformam práticas sustentáveis em vantagens econômicas, ampliando a competitividade e a credibilidade do produtor.
Aldo Vendramin considera que o criador que investir em sustentabilidade hoje estará um passo à frente amanhã. O exemplo da soja mostra que inovação, rastreabilidade e responsabilidade ambiental caminham juntas, e o mesmo pode e deve acontecer com a criação de cavalos crioulos. Produzir com propósito é, acima de tudo, garantir que o campo continue sendo fonte de vida, riqueza e equilíbrio para o planeta.
Autor: Andrei Smirnov

